NENECA Ex-goleiro do Guarani

Gênios da bola

NENECA Ex-goleiro do Guarani

 



por Rogério Micheletti
 
Hélio Miguel, o Neneca, ex-goleiro do Náutico, do Guarani (campeão brasileiro de 1978) e do Londrina (PR), trabalhou como treinador de goleiros dos juniores do Bugre e esteve no profissional do Londrina, o Tubarão do Paraná.
 
O ex-arqueiro morreu na madrugada do dia 25 de janeiro de 2015, em Londrina-PR. Neneca lutava há tempos contra um câncer nos ossos.

Neneca, que nasceu em 1948, também jogou no  América (MG), Bragantino (SP), Fluminense (BA) e encerrou a carreira na Votuporanguense (SP), em 1989.
 
O goleiro fez parte do inesquecível bugrino que conquistou o Brasileirão de 1978.
 
O Guarani venceu o Palmeiras duas vezes, por 1 a 0, uma no Morumbi e outra no Brinco de Ouro da Princesa, e ficou com o título.
 

Neneca teve importante participação na heróica conquista campineira. De seus pés, após uma reposição de bola, começou a nascer o gol de Careca, no segundo tempo, na casa bugrina.


Abaixo, confira o texto do jornalista Rodrigo Linhares, que entrevistou Neneca em novembro de 2008.

O londrinense Hélio Miguel, o Neneca, fez muito sucesso debaixo das traves do Londrina E.C., equipe que o revelou, Náutico e Guarani.

O ex-goleiro, que também passou pelo América-MG, detém uma invejável façanha: é recordista MUNDIAL de tempo sem levar gols, marca atingida no Náutico, em 74, no mesmo ano em que foi campeão estadual, ao lado de Jorge Mendonça.

Um feito que, certamente, seria muito mais comentado se tivesse sido obtido jogando por algum clube do eixo Rio-São Paulo."Fiquei 19 jogos e 26 minutos sem levar gols, totalizando 1726 minutos na soma geral.", relembra.

Já pelo Bugre, foi campeão brasileiro em 78, tendo inclusive iniciado a jogada que resultou no gol do título, anotado pelo então menino Careca, na final contra o Palmeiras, no estádio Brinco de Ouro.

O ex-camisa 1 relembra também uma inusitada passagem que marcou essa campanha. "Apareceu no Guarani um sujeito chamado Guarantã, dizendo que se déssemos uma volta ao redor da bandeirinha de escanteio, a cada vez que entrássemos em campo, seríamos campeões. A cada jogo no Brinco de Ouro isso foi feito, e acabou dando certo?, relembra, aos risos.

Para ele, outro grande momento do Guarani naquela competição foi a vitória por 3x0 diante do Internacional, no Beira-Rio: "estamparam na primeira página de um jornal que Capitão, Careca e Bozó era um ataque de circo e que éramos um time caipira. Isso mexeu demais com nossos brios e, dentro de campo, devolvemos a desfeita.".

Em 81, voltou ao Londrina E.C. para ser campeão paranaense. O título veio após duas vitórias diante do extinto Grêmio Maringá, no chamado "Clássico do Café".

Casado, pai de cinco filhos, Neneca vive hoje em Londrina, após ter sido treinador de goleiros do Tubarão e, mais recentemente, do Guarani. E o ex-goleiro ainda bate a sua bolinha em uma equipe de Masters que roda o Brasil: "o futebol está no sangue, não tem jeito?, completa o sempre sorridente ex-arqueiro.
 
Ainda sobre o ex-goleiro Neneca, o Portal Terceiro Tempo recebeu de Jorge Balbino Júnior [jorgejr9@gmail.com], na quinta-feira, 14 de outubro de 2010, às 13:33, este e-mail:

NENECA RECEBE TITULO DE RECONHECIMENTO PÚBLICO EM LONDRINA

Embalados pela música "Partida de Futebol? da banda Skank, a platéia vibrou e aplaudiu o vídeo que mostrou as defesas inesquecíveis do goleiro "Neneca?, homenageado daquela tarde. Foi durante solenidade realizada no último dia 4, na Sala de Sessões da Câmara de Vereadores, oportunidade em que Hélio Miguel, 62 anos, mais conhecido como "Neneca?, recebeu o Diploma de Reconhecimento Público do Legislativo, entregue pelos vereadores Gaúcho Tamarrado e Roberto Fú, ambos da bancada do PDT. Emocionado, Neneca agradeceu a honraria.

 "Justíssima homenagem, ao grande ídolo e herói do esporte londrinense?, disse o prefeito de Londrina Barbosa Neto (PDT), durante a cerimônia dirigida pelo presidente do Legislativo, José Roque Neto (PTB), que contou ainda com a participação do desportista e ex-presidente da Câmara, Carlos Alberto Garcia, vereadores, amigos e familiares. De origem humilde, o londrinense Neneca iniciou sua carreira na Cidade, vestiu a camisa de grandes times brasileiros e da Seleção Brasileira Masters de Futebol e alcançou o recorde mundial de jogos e de tempo, sem levar gols. 

Foi no campo de futebol do time amador da Ferroviária Londrinense, aos 10 anos de idade, que Hélio Miguel, à época aprendiz do ofício de sapateiro, começou a carreira de goleiro. Aos 18 anos iniciou a carreira profissional no São Paulo de Londrina, que depois se tornou Paraná Esporte Clube, até se fundir com o Londrina Futebol e Regatas, recebendo o nome de Londrina Esporte Clube. Além do Londrina, Neneca jogou pelo América Mineiro, Náutico de Recife, Guarani de Campinas, Operário de Campo Grande e na Seleção Brasileira Masters de Futebol, comandada por Luciano do Valle.

Recordista brasileiro - Campeão Paranaense pelo Londrina Esporte Clube, Campeão Pernambucano pelo Náutico de Recife, Campeão Brasileiro pelo Guarani de Campinas e Campeão Mundial pela Seleção Masters de Futebol, Neneca deixou seu nome marcado na história do Futebol Brasileiro em 1974, quando jogando pelo Náutico de Recife ficou 1.636 minutos, mais de 18 jogos, sem tomar gols, recorde brasileiro e recorde mundial à época. O recorde mundial foi batido, mas Neneca continua até hoje sendo o goleiro brasileiro recordista em partidas sem tomar gols. Após deixar a Seleção Brasileira em 91, Neneca voltou para Londrina, onde passou a ensinar crianças e jovens a serem goleiros.

Para o vereador Gaúcho Tamarrado, autor da homenagem subscrita por todos os vereadores e vereadoras do Legislativo Londrinense, o Diploma de Reconhecimento Público a Hélio Miguel, o "Neneca", é uma pequena homenagem diante da grandeza da carreira vitoriosa do ex-goleiro, e do quanto ele divulgou o nome de Londrina para todo o Brasil. "Se Neneca iniciasse a carreira nos dias atuais, em que o craque de futebol é reconhecido e divulgado intensamente pela imprensa, como goleiro recordista e campeão tantas vezes, ele teria a mesma valorização que tem nomes como Ronaldo e tantos outros. Londrina deve muito ao Neneca e espero que este Diploma ajude a divulgar entre os mais jovens, que não acompanharam sua carreira, o quão importante ele foi para Londrina, e a figura amiga, humana e humilde que é com as pessoas com quem convive. Ele é um símbolo para Londrina", afirmou Tamarrado. As fotos da cerimônia são de Cleber Rocha.
 
 
Abaixo, ouça a entrevista do jornalista Rodrigo Linhares com o e-xgoleiro Neneca 

SAUDADES! Minha entrevista com NENECA no Plantão Paiquerê!

O futebol brasileiro está de luto.

Nesse domingo, nos deixou o grande goleiro NENECA, recordista mundial de tempo sem levar gols.

Ídolo eterno de Londrina e Guarani, o ex-camisa 1 deixa muitas saudades não só pelo que fez em campo, mas principalmente pela sua humildade e simplicidade.

Em janeiro de 2014, NENECA me concedeu uma longa entrevista no programa Plantão Paiquerê, na qual relembramos, de maneira descontraída, seu grandes momentos no futebol.

Vale a pena conferir.

Saudades, Neneca.

E obrigado por tudo!!

OUÇAM AQUI A ENTREVISTA EXCLUSIVA!

 

 

 

Da esquerda para a direita, em pé: Zé Carlos, Edson, Mauro, Miranda, Gomes e Neneca. Agachados: Capitão, Renato, Careca, Zenon e Bozó. Foto enviada por Luiz Carlos Ferreira


Neneca, de camisa listrada, observa Rafinha (jogador do Bayern de Munique em 2013) dar o pontapé inicial para o jogo beneficente em prol do ex-goleiro Cícero Fabuloso, em 18 de maio de 2013. Rafinha toca a bola em direção a Lívio. De boné branco, Jorge Júnior, um dos organizadores do evento, que nos enviou a foto


Cícero Fabuloso ao lado de outro grande goleiro: Neneca. Foto enviada por Jorge Júnior


Em pé, da esquerda para a direita, o oitavo é Beliato, seguido pelo goleiro Neneca. Agachados, o segundo é Dedeu, Vasconcelos o terceiro, Jorge Mendonça aparece em quarto, o quinto é Paraguaio e Drailton é o sétimo. Foto: Placar


Na sequencia da foto, da esquerda para a direita: Neneca, Amaral (encoberto), Vasconcelos, Toninho (encoberto), Edu (de costas) e Ademir da Guia. Foto: Manuel Motta / Revista Placar, enviada por Walter Roberto Oeres


Em pé: Mauro Cabeção (lateral assassinado em 2003), Amaral, Manguinha (campeão paulista com a Inter de Limeira), Edson, Neneca, Cuca (lateral que era do Remo e jogou na Ferroviária) e o massagista Índio (falecido em acidente de carro). Agachados: Miranda (campeão brasileiro em 1978, mas em 1977 era ponta direita), Renato, Adriano (jogou no Palmeiras, Atlético Mineiro, Colorado-PR e morreu em 1980), Zenon e Valdez (veio do Rio Preto e depois jogou no México). Foto tirada em 27 de julho de 1977 antes do Guarani vencer a Portuguesa Santista por 3 a 1 pelo Campeonato Paulista no estádio Brinco de Ouro. Foto enviada por Artur Eugênio


Amigos de Neneca em cerimônia realizada com o ex-goleiro. Foto enviada porJorge Balbino


Padre Roque (presidente da Câmara), prefeito de Londrina Barbosa Neto, Neneca, Carlos Alberto Garcia e vereador Gaúcho Tamarrado em cerimônia realizada com o ex-goleiro. Foto enviada porJorge Balbino


Vereadora Elenir, vereadora Sandra Graça, Neneca e amiga em cerimônia realizada com o ex-goleiro. Foto enviada porJorge Balbino


Cerimônia realizada com o ex-goleiro Neneca. Foto enviada porJorge Balbino


Vereador Gaúcho Tamarrado, Neneca e vereador Roberto Fú em cerimônia realizada com o ex-goleiro. Foto enviada porJorge Balbino


Cerimônia realizada com o ex-goleiro Neneca. Foto enviada porJorge Balbino


Neneca, prefeito de Londrina Barbosa Neto, Padre Roque (presidente da Câmara) e Carlos Alberto Garcia na cerimônia realizada com o ex-goleiro. Foto enviada porJorge Balbino


Cerimônia realizada com o ex-goleiro Neneca. Foto enviada porJorge Balbino


Em pé, da esquerda para a direita: Juca Show, Cordeiro, Baiano, Sidclei, Beliato e Neneca. Agachados: Dedeu, Santana, Paraguaio, Vasconcelos e Betinho. Foto: Site Oficial


Jogo em que o time campineiro venceu o São Bento, no Brinco de Ouro, por 3 a 0, no dia 4 de julho e sagrou-se campeão paulista do primeiro turno. Em pé: Miranda, Neneca, Amaral, Nelson, Deodoro e Flamarion. Agachados: Renato, Zenon, André Catimba, Davi (meia baiano que jogou no Vitória-BA, São Bento e Inter de Limeira) e Ziza. Foto enviada por Artur Eugênio


Mais uma contribuição de Rodrigo Linhares à seção "Quem Fim Levou?"


O jornalista nos enviou essa foto de novembro de 2008


Que belo Guarani esse de 1976, hein?. Em pé, da esquerda para a direita, vemos: Deodoro, Neneca, Amaral, Nélson, Flamarion e Mauro. Agachados: Flecha, Zenon, André, Brecha e Ziza.


Formação do Londrina em 1969. Na primeira fila, Ze Rubens é o primeiro e o goleiro é Neneca. Agachados estão Valdir, Bá, Agnaldo, Serginho e Mazinho


Em pé vemos Toninho, Zequinha, Neneca, Fernando, Zé Antônio e Luís Gustavo; agachados estão Zé Dias, Nivaldo, Paulinho, Zé Roberto e Carlos Henrique


A lembrança do título brasileiro de 1978 jamais sairá da memória do torcedor bugrino. Aqui, já em 1979, integrantes do grupo que deram a um clube do interior o primeiro título nacional posam juntos. Em pé, da esquerda para a direita, vemos Dito Bráz, Hélio Maffia, José Carlos Ferreira (roupeiro), Joca (administrador), Edson, Neneca, Birigui, João Roberto, Gomes, João Carlos, Flávio, Odair, Caíca, José Carlos, Góes, Carlos Alberto Silva, presidente Ricardo Chuffi, diretor Anselmo Zini, vice-presidente Michel Abib, fisioterapeuta Gilberto da Silva Machado e enfermeiro Samuel Ferreira; agachados vemos Erzio Damico (roupeiro), o treinador de goleiros Sidnei Polli, Renato, Capitão, Bozó, Zenon, Miranda, Mauro, Careca, Miltão, Vicente, Marinho, Paulo Borges, Gersinho e Carioca, preparador físico.


O Bugre em 1976, dois anos antes do título brasileiro. Em pé: Miranda, Neneca, Amaral, Nélson, Deodoro e Flamarion. Agachados: Renato, Zenon, André Catimba, Davi e Ziza


Em pé: Miguel, Pedro Omar, Sidiclei, Djalma, Neneca e França. Agachados: Dedeu, Juca Show, Jorge Mendonça, Vasconcelos e Lima


Esse time foi campeão brasileiro. Em pé: Zé Carlos, Gomes, Edson, Mauro Campos, Neneca e Miranda. Agachados: Capitão, Renato, Careca, Zenon e Bozó


Neneca vive atualmente em Londrina (PR), sua cidade natal


Dois momentos de Neneca


Pelo Guarani, em 1978, no Estádio Brinco de Ouro da Princesa. Foto: Divulgação


Neneca, então na Votuporanguense sendo entrevistado por Rogério Assis (Rádio Clube) em 1986, no Estádio Plínio Marin. Foto: arquivo pessoal de Neneca


Jorge Júnior e Larissa (filha do saudoso ex-goleiro Neneca, do Guarani), em dezembro de 2017. Foto: arquivo pessoal de Jorge Júnior


Robertinho jogando na praia com vários veteranos, como Marinho, Lico, Adílio, Julio Cesar e Nunes, todos ex-Flamengo. Neneca, ex-Guarani, Livio, ex-Cruzeiro e Marcio Alcantara, ex-Palmeiras.


Larissa Miguel em agosto de 2017. (Filha do memorável Neneca). Foto: arquivo pessoal


Neneca e um amigo. Foto: reprodução


Pelo Guarani, em 1978


Em pe: Édson, Miranda, Gomes, Mauro, Neneca e Zé Carlos. Agachados: Capitão, Renato, Careca, Manguinha e Bozó, no jogo mais importante do Guarani Futebol Clube, a segunda partida da final do Campeonato Brasileiro de 1978. Data da partida: 13/08/1978 Foto: Carlos Batista


No estádio `Plinio Marin´ em Votuporanga jogo da divisão Intermediária no dia 4 de maio de 86 entre Votuporanguense e Bandeirante de Birigui, placar 0 x 0. Na foto Rogério Assis, repórter da rádio Clube, Neneca, Sabará, Odon, Jorge, Sergingo Brasiia, Cidão e o repórter Cláudio Craveiro da Rádio Cidade; Agachados: Udelson, Lino,Silva, Radar e Everaldo

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