Ademir Ferreira da Guia, mais conhecido como Ademir da Guia, nascido no Rio de Janeiro em 03 de abril de 1942, é considerado pela torcida e pela imprensa o maior ídolo da história do Palmeiras, no qual foi titular absoluto por mais de dezesseis anos durante a época da chamada “Academia”, onde era o craque e a figura central.
É o jogador que mais vestiu a camisa alviverde em todos os tempos: 902 jogos. É também classificado pela imprensa especializada como um dos melhores jogadores do futebol brasileiro de todos os tempos. Pela classe com que jogava, herdou parte do apelido de seu pai, Domingos da Guia, o “Divino Mestre” e passou a ser chamado de “Divino”. Seu pai foi um dos melhores zagueiros do futebol brasileiro e do mundo em todos os tempos. Jogou durante 4 anos no Corinthians, no Nacional do Uruguai, no Boca Junior da Argentina e no Flamengo. Defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1938 e a Seleção Paulista.
Graças a Ademir e aos jogadores da Academia do Palmeiras, foi um dos únicos times brasileiros a fazer frente ao Santos de Pelé. Durante a passagem do “Divino” pelo alviverde, o clube paulistano foi pentacampeão brasileiro. Também, se não fosse o Palmeiras, o Santos teria sido campeão paulista onze vezes seguidas.
Ademir da Guia chegou a São Paulo em 1961, vindo do Bangu, clube que o revelou, para jogar no Palmeiras onde permaneceu até encerrar a carreira em 1977. Formou o célebre meio de Campo Dudu e Ademir e foi cinco vezes campeão brasileiro, 5 vezes campeão paulista e tem uma impressionante marca de 902 jogos disputados e dezenas de títulos conquistados entre campeonatos oficiais e torneios amistosos nacionais e internacionais. Logo após ter encerrado sua carreira foi eleito vereador na cidade de São Paulo.
Em 2001 teve sua biografia publicada e em 2006 foi lançado um documentário sobre sua carreira, intitulado “Um craque chamado “Divino”. Fez um total de 165 gols em sua carreira.
Em 2001, o saudoso ex-jogador Sócrates do Corinthians, escreveu sobre a vida de Ademir da Guia: “O futebol nos ofereceu em sua trajetória um grande bailarino, Ademir da Guia, colocação impecável, a fronte eternamente erguida, a calma irritante, o passe perfeito, a simplicidade dos gestos, o alcance dos passos, a lentidão veloz e o raciocínio implacável, ficaram definitivamente em nossa memória. Ademir representou o vértice da serenidade e competência. Passeava pelos gramados como um cisne encantando a todos. Infelizmente, esse arsenal de qualidade nunca foi usado pela seleção brasileira, que, através de seus representantes, não atendia o clamor popular pela sua convocação, sempre excluindo-o. A cada convocação, todos esperávamos ansiosos e nós perguntávamos se ele seria parte da lista. Injustiça! É uma honra escrever o prefácio de sua história!”
Ademir da Guia foi o maior ídolo da história do Palmeiras, era respeitado e admirado até pelos times rivais.
Reportagem publicada na página 14, da edição nº366, da Gazeta de Votorantim, de 30 de maio a 5 de junho de 2020.
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